13 de outubro de 2022

Corporativismo: o que é, como acontece e exemplos

Um exemplo de corporativismo é no apoio ou negligência a crimes corporativos, como assédio no trabalho ou preconceito. Saiba mais.
Corporativismo
Um exemplo de corporativismo é no apoio ou negligência a crimes corporativos, como assédio no trabalho ou preconceito. Saiba mais.
Tempo de leitura: 4 minutos

Descobrir o que é corporativismo pode parecer algo intuitivo, uma vez que a palavra é amplamente empregada nos ambientes de trabalho. 

Entretanto, o corporativismo pode englobar muitas perspectivas, desde uma visão ultrapassada até uma solução contemporânea para organizar ambientes trabalhistas.

Neste artigo, falaremos sobre o conceito do corporativismo. Como surgiu essa expressão. Como ele acontece nos dias atuais e de que forma você pode identificar práticas corporativas dentro de uma empresa. 

Veja também a relação do compliance com o corporativismo e como fazer para com que as ações sejam mais transparentes e coerentes. Boa leitura!

O que é?

Talvez o poeta Gregório de Matos, no poema que fala que “o todo sem a parte não é todo, a parte sem o todo não é parte”. Assim, explica o que há de fundamental no conceito de corporativismo. 

Nesse sentido, a ideia é que a sociedade se organize por meio de grupos que tenham interesses em comum.

Dessa forma, é possível que o trabalho seja potencializado e que um olhar mais especializado permita solicitações e soluções mais detalhadas. 

Entretanto, ao acompanhar a implementação do corporativismo na história. Percebemos que na prática este modelo tende a uma manipulação de grupos por meio de politicagens que contemplam apenas um grupo específico.

Em uma pesquisa realizada pelo IPCR Btasil em 2020. Descobriu-se que apesar de 43% dos entrevistados considerarem o assédio corporativo como uma atitude nociva para a organização.

Outros 47% dos respondentes afirmaram que desde que a prática não seja explícita ou afete diretamente um colega de trabalho, eles não veem problema.

Qual a origem?

A história do corporativismo é mais antiga que possa parecer. 

Sua ideia inicial surgiu na Grécia antiga, quando Platão trouxe a ideia de uma sociedade organizada por grupos formados pelas classes e hierarquias, cooperando entre si. O objetivo era que ideais comuns fossem enfatizados e os interesses individuais reduzidos.

Ainda na Grécia antiga, Aristóteles levou os conceitos do corporativismo para a política, posteriormente sendo adotado pelos romanos.

Dessa forma, que acrescentaram os colégios políticos — grupos que representavam cada uma das classes (militar, religiosa e profissional).

Durante a Idade Média surgiu o corporativismo absolutista, que tinha o objetivo de privilegiar as monarquias, centralizando o poder. 

Entretanto, depois da Revolução Francesa, outras formas de corporativismo surgiram de acordo com as correntes políticas (corporativismo progressivo, liberal, fascista, chinês, russo e neocorporativismo).

Como acontece?

Toda vez que grupos se reúnem em prol de um interesse comum, podemos analisar que em certo aspecto esta é uma prática corporativa. 

Entretanto, essa formação pode ser tanto positiva como negativa.

A questão é que, ao longo da história, o corporativismo foi associado a perspectivas extremistas, como foi o caso do corporativismo fascista.

Dessa forma, é comum que as pessoas associem o termo apenas ao fato do uso do poder para defender um objetivo maior é ignorar a visão das minorias.

Outro exemplo de corporativismo que podemos citar são os movimentos sociais que não são capazes de articular com outros justamente por conta do seu discurso. 

Por exemplo, se um grupo de ambientalistas não for capaz de incluir na sua agenda a luta por refugiados de um país em guerra. Então isso aponta a uma tendência corporativista dentro da organização.

Corporativismo nas empresas

Uma forma que o corporativismo funciona atualmente é na formação de sindicatos. Tais grupos são constituídos por e para uma determinada classe profissional, lutando em favor do interesse dessa classe. 

Para alguns, essa prática pode ser vista como negativa, pois não considera fatores totalitários, como questões econômicas, ou do mercado.

Outra face negativa que pode acontecer no corporativismo é no apoio ou negligência a crimes corporativos, como assédio no trabalho ou preconceito

Isso pode acontecer com o desenvolvimento de uma visão geral que desconsidera o que se passa com a vítima em favor de uma visão mais integral da corporação. 

Este é um aspecto que deve ser trabalhado e combatido para garantir a inclusão no mercado de trabalho, além de práticas éticas.

Corporativismo profissional

Podemos definir como corporativismo profissional as práticas corporativas que acontecem dentro da empresa. 

Se por um lado temos o exemplo das construções de sindicatos. Por outro podemos destacar a criação de grupos (com ou sem ética), que tem a finalidade de defender interesses de um grupo. 

Isso pode acontecer com base em cargos exercidos, distinção de gênero, cor ou outros detalhes dos participantes.

É preciso ter bastante atenção a este tipo de comportamento. Para que dessa forma, ele mantenha o intuito de favorecer um grupo específico, trabalhando de maneira saudável os conflitos de interesses

Em outras palavras, mesmo que um grupo consiga se organizar e melhorar sua situação, é preciso ter um olhar justo em relação aos demais.

Corporativismo: exemplo

Agora imagine a seguinte situação: surge um sindicato para defender a causa trabalhista. 

Porém, a negociação não gira em torno dos direitos dos trabalhadores em si. Mas como uma balança que leva em conta o risco dos colaboradores e o nível de produtividade da empresa. 

Neste caso, há um risco comportamental

Governança e corporativismo: qual a relação entre os conceitos?

A relação entre a governança e o corporativismo, ou governança corporativa, é uma forma de ajudar as lideranças a estabelecer diretrizes.

Dessa forma, ajudam a estabelecer processos, condutas e regras que ajudam a monitorar e recuperar a confiança nos executivos das empresas. 

Essa ação é fundamental para garantir que o poder delegado não seja direcionado de maneira negativa, impactando negativamente na empresa.

Sendo assim, podemos reforçar a importância da governança corporativa para:

  • Incentivar condutas adequadas;
  • Evitar escândalos;
  • Reduzir conflitos;
  • Alinhar o posicionamento da empresa;
  • Aumentar a visibilidade para investidores e o valor da empresa no mercado.

Qual a importância do compliance para o corporativismo?

O compliance é o conjunto de regras capaz de regular a empresa. 

Com essa prática, é possível alcançar valores tão buscados contemporaneamente como transparência, ética e até mesmo inclusão. 

Por este motivo, podemos dizer que essa é uma das práticas mais indicadas para garantir uma relação saudável de corporativismo. Na qual os grupos podem olhar para questões específicas, sem perder de vista o todo.

Como você deve ter percebido, ao entender o que é corporativismo é preciso atualizar também outros conceitos que estão alinhados com esta questão. 

Por exemplo, o trabalho que um sindicato faz pode ser bastante positivo.

Entretanto, é fundamental que as negociações não aconteçam apenas em torno de um dos três pilares — colaboradores/sociedade, governo e empresa. 

Assim, é fundamental conhecer os riscos comportamentais e como evitá-los.

Se você gostou de conhecer mais sobre corporativismo e como usá-lo de maneira positiva na sua empresa, então recomendamos que conheça a Jornada Comportamental, e descubra o que de fato acontece na sua empresa!

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