O IPRC Brasil apresenta diretrizes que auxiliam a busca da veracidade das informações e das provas que permitirá à empresa tomar as medidas necessárias contra o assédio.
Precisamos fazer uma reflexão sobre dois pontos nevrálgicos das relações humanas dentro de ambiente de trabalho: assédio moral e assédio sexual.
Eles causam efeitos devastadores sobre a vítima que sofre o assédio. Temos dados que chocam. Tanto é a pressão que algumas não conseguem suportar que acabam sofrendo depressão, chegando mesmo a cometerem suicídio. Pasmem!
O Assédio Moral
Temos consciência de que esse comportamento cruel, agressivo, intencional e repetitivo de bullying sempre foi estimulado desde os bancos escolares.
De um lado, o agressor se divertia em espalhar sua crueldade pelos quatros cantos do colégio. Agia em grupo ou sozinho com o intuito de demonstrar superioridade física para intimidar e transformar a vida das vítimas em um verdadeiro terror.
Do outro, a vítima, vulnerável, aspecto frágil, tímida, passiva, vivia sempre apavorada à espera ou fugindo do próximo ataque do agressor.
O mais triste ainda é que até os dias de hoje a cultura patriarcal é tão machista que ainda escutamos pais falando que se o filho apanhar na rua e chegar chorando vai apanhar mais em casa.
Enfim, muitas vítimas se tornaram totalmente introspectivas e optaram pelo silêncio até hoje, enquanto outras vítimas trocaram o medo pela revolta e acabaram se tornando elas os novos agressores.
Assédio Sexual
Estamos cansados de ouvir que o assédio sexual dentro das empresas é muito recorrente. Ao mesmo tempo, o número de denúncias é muito ínfimo. Como resolver essa equação?
Ninguém está livre de sofrer assédio sexual. Mas pesquisas informam que o maior número de vítimas é de mulheres.
Muitos superiores se aproveitam dessa cultura machista para assediar suas funcionárias. Dentro de suas salas ou abertamente.
E como a mulher consegue sair dessa saia justa?
Não basta ela saber que pode fazer uma denúncia anônima. Afinal, chegará uma hora em que ela terá de apresentar provas para esclarecer o fato. E, para nós, é muito difícil encontrar alguém que aceita ser testemunha. Vai que…
Por incrível que pareça, quando nos damos conta, invertem-se os papéis: de vítima, a mulher se torna ré.
Assim, algumas mulheres, por mais que precisem, acabam escolhendo sair do emprego por não aguentarem o sofrimento diário.
Nossa abordagem
O IPRC Brasil aborda alguns itens fundamentais para a estratégia da apuração do crime de assédio. Qual é o perfil do entrevistador mais adequado e a melhor técnica a ser usada para a condução da entrevista. O que fazer para encorajar o assediado a fazer a denúncia. Qual o critério na escolha dos questionários. Qual a estrutura do depoimento, como será a entrevista com o denunciado, etc.
O funcionário tem que ter ciência que esses assédios são considerados crimes por lei. Por outro lado, cabe a empresa estar atenta a qualquer atitude que possa colocar em respeito a integridade dos colaboradores, criação de material de prevenção e conscientização sobre o respeito à dignidade humana.
Deixamos aqui duas indagações:
Enquanto não mudarmos essa cultura do assédio moral ou sexual dentro da empresa, como ela poderá transformar e diminuir o risco cruel dos abusos sofridos por alguns de seus colaboradores?
E se fosse com alguém de sua família?